terça-feira, 27 de novembro de 2007

Poesia nas Canções


O Cisco

(Baaribu Nonato)

Tanto já foi dito nas canções

Sobre amor, felicidade, beleza

Alegria, tristeza, política, ecologia

Qualidade, costumes, sentimentos e coisas.

Volto-me então para falar de um cisco

Que girava no ar feito um disco

Talvez por isso

Meu pensamento num trisco

Caiu num abismo

Dentro dele

Um infinito

Por fora não visto, a perguntar:

Como fez-se mundo, na menor coisa existente?

Daí pude saber, tudo cria-se na mente

Entre tempo e espaço

A dimensão terceira

Apresenta o universo

Como se tivesse beiras

Na milionésima quinta dimensão

Vejo eu fundo num cisco

Incontáveis vidas outras

Engolindo um quando pisco

Deus comigo viajando

É maior que tudo isso

Por incrível que pareça

Também coube neste cisco.

Lá num tempo vi ainda

Nada começa ou finda

Energia e consciência

Em forma de gente

Indigna-me

O desprezo feito a olho nu

Sobre aquilo que julgamos

Não ter valor algum

Tudo, tudo tem sentido

Aquilo que contém

É também contido.

Sem limite, sem tamanho

Fico mais compreensível

Fecho os olhos limitados

Abro a mente ilimitada

Feito asas, voa aberta

E cai se estiver fechada.

Deus ainda junto a mim

Ofertou-me três pedidos

Assim quando pousássemos

Todos fossem se cumprindo

Primeiro escolhi possuir o conhecimento de todo universo

Segundo, o poder para usar e mudar se eu bem quisesse

Pousamos numa clareira e cumpriu-se o que fora pedido

Fiz o terceiro que deixou-me como antes de ter entrado.

Nenhum comentário: